Geada negra

Há fenómenos que nunca me tinham passado pela cabeça, ou, simplesmente, pelos olhos. Desde ontem que se registou uma acentuada descida das temperaturas, uma descida tão baixa que provocou a chamada geada negra. Este acontecimento tem este nome devido à cor escura que as plantas afetadas apresentam, pelo facto da seiva destas ficar queimada.

O espaço onde está colocado o meu jardim com a minha coleção, em termos de condições, não apresenta, de longe, o aconselhável e preferível para as plantas. A começar no solo extremamente seco e argiloso; a exposição solar direta a partir do meio dia até ao pôr do sol; e nos Invernos e Verões rigorosos, com um leque de temperaturas desde próximas de zero até aos 30 ou 40. Mesmo assim, as plantas em 2 anos de existência do espaço, têm sido extremamente resistentes, sendo elas a prova viva das suas capacidades de se adaptar a muitos cenários. Em média, nas dezenas de espécies que tenho, diria que no máximo meia dezena, é o número que representa as espécies perdidas por ano e após as alturas de condições mais extremas (maioritariamente o Inverno). Referindo ainda que normalmente falamos de espécies mais sensíveis e anuais, pois eu coleciono maioritariamente plantas perenes e essas raramente tenho problemas. 

Em termos práticos irão verificar que as perdas que irei mencionar são referentes a plantas sensíveis ao frio como o género Plectranthus e outras (tendencialmente) anuais, como o género Ocimum.

Se no início da semana me gabava da resistência fenomenal do meu Ocimum basilicum 'magic mountain', hoje ele já tem os dias contados, e não é o único dentro do género Ocimum, ainda que menos afetado, o Ocimum Selloi não escapou.


Ocimum basilicum 'magic mountain'

Ocimum selloi

A razia geral foi no género Plectranthus. Praticamente nenhuma resistiu impune às adversidades climatéricas recentes. 

Plectranthus caninus


Plectranthus coleoides

Plectranthus barbatus

Originária das Canárias e Madeira, a espécie Cedronella Canariensis, com o seu cheiro muito aromático, ficou ressentida com as baixas temperaturas às quais não está habituada.


Cedronella canariensis

A lúcia-lima, Aloysia citrodora (Lippia citrodora) também ficou sem as últimas folhas que estavam verdes há uns dias atrás.


Aloysia citrodora


Além destas, algumas espécies do género Salvia, como a Salvia elegans e a Salvia elegans 'honey melon', ficaram secas nas folhas superiores, mas estou confiante que brotem junto ao solo como fazem a toda a hora.


Salvia elegans

Fenómenos como este demonstram os cuidados que devemos ter e as preocupações que devemos pôr em prática para prevenir a perda de eventuais espécies:

  1. Recolha de sementes;
  2. Propagação por multiplicação vegetativa;
  3. Proteger certas plantas nas alturas mais críticas do ano dentro de casa ou estufas;
  4. Proteger certas plantas diretamente no local onde estão plantadas com materiais apropriados de forma a simular os efeitos de uma estufa;
Portanto, mãos ao trabalho!

Comentários

  1. O Plectranthus barbatus, mesmo aqui no algarve onde as temperaturas não foram muito baixas se ressentiu e ficou com as pontas queimadas.É relativamente sensível ao frio

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    1. Por aqui aconteceu o mesmo...todos os meus plactranthus foram afetados de forma muito severa. Espero que eles voltem!

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