Botânica em viagem - Madeira

Após um mês desaparecido, volto a reaparecer com várias novidades! Quero partilhar convosco as minhas férias e como a botânica, ou seja, as plantas, estão presentes em todo o lado mesmo fora do nosso jardim.

O gosto é tanto que estive na Madeira e não parei de prestar atenção a todos os pormenores da flora pelos quais passava. As espécies são imensas algumas delas endémicas da Macaronésia (região que aglomera o arquipélago dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde). São zonas muito ricas em espécies botânicas, muitas delas não existentes em mais nenhum local do mundo.

Ir à Madeira é imprescindível conhecer a Laurissilva (floresta de lauráceas), e para isso, basta percorrer as Levadas. Numa delas, a levada do Caldeirão Verde, tive o prazer de encontrar em estado selvagem uma planta aromática endémica desta zona e que eu tenho na minha coleção: a Cedronella Canariensis ou hortelã-de-cabra. As outras espécies terão mesmo de descobrir viajando até estas ilhas.

Cedronella canariensis

Cedronella canariensis
 O meio rural é sempre um mundo muito rico em plantas. Algumas com dezenas de nomes diferentes (nomes populares) outras que as pessoas nem sabem bem que as têm ou o que são. Tive a possibilidade de visitar algumas hortas privadas e a planta do anis - Ocimum Selloi - estava quase sempre presente. Pertence ao género do manjericão, é perene e tem um aroma que faz lembrar o anis. Apesar de já a ter na coleção, ofereceram-me mais um pé desta planta (ela reproduz-se bem por estaca) e ainda, um novo membro para o meu jardim, a popular canela branca, mas que nada tem a ver com a canela que colocamos no arroz doce - Peperomia Galioides. O maracujá banana é também um fruto que não fica indiferente a ninguém - Passiflora mollissima - da família do maracujá, e que cresce bem por sementes. 

Passiflora mollissima
Para os amantes de botânica já sabem que visitar um local diferentes temos que ter sempre no nosso roteiro jardins, parques, museus científicos, ... e foi mesmo isso que fiz. Fui visitar o jardim de plantas aromáticas que pertence ao Museu de História Natural do Funchal. Fui extremamente bem atendido e conheci várias espécies. Uma das que mais me chamou a atenção é a Lippia alba.  

Lippia alba

Lippia alba
 Este jardim era um autêntico borboletário ao ar livre de borboletas monarca (Danaus plexippus), mas como é que elas eram atraídas para lá? Simples, a existência de algumas plantas do género Asclepias funcionam como hospedeiras para este animal. Resultado, um autêntico show de cor a esvoaçar enquanto visitamos o espaço. Asclepias curassavica e fruticosa são as duas espécies existentes e estavam a libertar sementes, dando-me portanto oportunidade de trazer algumas para tentar reproduzir para o meu jardim.

Asclepias curassavica
 Finalmente, e não menos importante, tive a oportunidade de visitar a Quintinha das ervas Aromáticas. Foi uma visita de sonho num espaço privado com centenas de espécies botânicas diferentes. Por lapso tirei poucas fotografias, pois estava tão entusiasmado a aproveitar o momento e a conhecer cada pormenor. O Heliotropium arborescens é um agradável arbusto com flores que cheiram a baunilha. A Petiveria alliacea é uma planta também presente na quintinha e as suas folhas têm um interessante aroma semelhante ao alho, é conhecida popularmente por planta da Guiné.

Heliotropium arborescens

Petiveria alliacea

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